As cenas do maior desastre natural no sul do Brasil ainda marcam nossas mentes. O Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) nos convida a refletir sobre preservação da natureza, mas, sobretudo, acerca de uma educação ecológica voltada à preservação da vida.

O educador e biólogo Wellington Romangnoli, coautor da coleção de ciências interativas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e de Biologia pelo sistema interativo de ensino pela Casa Publicadora Brasileira, tem mais de 30 anos de experiência como docente e pesquisador em várias regiões do Brasil.

Além de pós-graduado em Docência do Ensino Superior e de curtir hobbies na área da jardinagem, culinária e trekking, Romangnoli se dedica ao Ministério dos Surdos no estado de São Paulo como uma de suas paixões de vida.

1. Quando e por que foi criado o Dia do Meio Ambiente?

Wellington Romangnoli

Em 1972, em Estocolmo, Suécia, a ONU (Organização das Nações Unidas) promoveu uma conferência para que fossem discutidas as ações humanas que estavam degradando o meio ambiente. Há 52 anos, algumas pessoas já estavam preocupadas com as consequências nefastas da destruição da natureza. Chefes de estado e cientistas debateram pela primeira vez a degradação do meio ambiente. Como a abertura dessa importante conferência ocorreu no dia 5 de junho de 1972, a ONU escolheu essa data para ser lembrado como o Dia do Meio Ambiente.

2. Ocorreram outras conferências do gênero? Quais foram os resultados?

Wellington Romangnoli

Sim. Mais de 25 conferências sobre o meio ambiente foram organizadas pela ONU desde a Conferência de Estocolmo. Entre elas temos a ECO-92 no Rio de Janeiro, Conferência das Partes em Kioto, Rio +10, Rio +20, entre outras. Penso que o único resultado prático foi uma maior conscientização por parte da população mundial sobre a urgência de que mudanças deveriam ser feitas para conter a degradação ambiental. Infelizmente, as decisões acordadas não saíram do papel.

3. Quais assuntos eram discutidos nessas Conferências? As previsões se cumpriram?

Wellington Romangnoli

Basicamente, a discussão girava em torno da destruição do meio ambiente e sobre as consequências indesejáveis a nível global. As previsões incluíam aquecimento global, mudanças climáticas, extinção de espécies, falta de alimentos, etc. Todas as previsões estão se cumprindo, mas bem antes do que o esperado.

4. As enchentes no sul do Brasil e o Dia Mundial do Meio Ambiente. Que reflexões podemos fazer?

Wellington Romangnoli

Na catástrofe espantosa que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, temos mais uma evidência do tipo de evento climático extremo que enfrentaremos com mais frequência. Outros acontecimentos muito anormais têm ocorrido ao redor do mundo, tais como ondas de calor, tempestades, ventanias, nevascas, secas prolongadas, todas aumentadas em intensidade, alimentadas pela energia de um globo mais aquecido.

5. Quais reflexões podemos fazer quando falamos em meio ambiente?

Wellington Romangnoli

#1 – Temos que pensar e agir globalmente. As tragédias não ocorrem exatamente no lugar em que a natureza foi agredida. A poluição produzida por outros países causou as enchentes aqui no Brasil. O desmatamento da nossa Amazônia afeta o clima em outros países.

#2 – Devemos nos preparar para um “novo normal” no que se refere ao clima. Tudo deve ser projetado pensando em eventos extremos.

#3 – Os mais pobres sempre serão os mais afetados. Enquanto os mais abastados não sentirem na pele os terríveis efeitos do desequilíbrio ecológico, não teremos planos concretos para a contenção desses problemas.

#4 – Precisamos aprender a distinguir as informações. As Fake News não poupam nenhuma área do conhecimento.

6. A prevenção continua sendo fator de educação ou de consciência coletiva? É possível separar uma coisa da outra?

Wellington Romangnoli

A informação é importante, muito importante. Mas ela precisa levar as pessoas a pressionarem os governos. Afinal, são eles que legislam e executam.

7. Existem atitudes pessoais a serem experimentadas?

Wellington Romangnoli

Falar, fazer e ensinar. Cuidados simples como a economia de água e energia, separar o lixo para coleta seletiva, escolher combustíveis mais limpos e optar por produtos ecologicamente corretos são atitudes que todos podem adotar. Dar o exemplo e passar essa consciência para a próxima geração seria um grande feito.

Jael Eneas

Viver Editora

Assessoria de Comunicação

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