“Nossas memórias se constituem em um valioso patrimônio existencial. Temos, claro, recordações dolorosas, mas também somos portadores das ´memórias do eu´, que merecem ser periodicamente recordadas.”
O livro dirigido à família “Cuidando de Quem Cuida Sempre” para o Ensino Médio (1º ano) é um guia de autoconhecimento. Além de ser ferramenta para refletir sobre o significado da existência, o material traz exercícios práticos para descobertas e recalcular a rota.
O autor do livro, o mestre Antônio Braga Filho (Mestre em Ciências da Religião [UMESP]; Pós-Graduado em Terapia Familiar Sistêmica [CAIF 2002]; Pós-Graduado em Didática e Metodologia do Ensino Superior [UNASP 2015]), conhecido como Professor Braguinha, conversa com o blog da Editora Viver para trazer reflexões sobre a importância de exercitar a “memória do eu” no convívio da família.
Como educador e terapeuta familiar, você acredita no diálogo?
Antonio Braga
O diálogo continua sendo uma das principais ferramentas que o ser humano possui para o crescimento. É através dele que são ampliadas as possibilidades de aprendizados em todos os níveis. Das miudezas do cotidiano aos grandes avanços científicos, o diálogo exerce papel fundamental para a vida em sociedade.
Neste sentido, qual é a proposta do livro “Família: Uma Nova Dimensão para a Existência”?
Antonio Braga
Entendemos que é no seio da família, tenha ela a configuração que tiver, que a experiência da conversa atinge seu âmago central. Toda a proposta que criamos objetiva tornar o diálogo em casa mais frequente e agregador.
Tirar tempo para lazer em família nos parece ser um desafio. Como fazer isso?
Antonio Braga
Penso que esse aspecto sempre foi desafiador ao longo do tempo de existência da família nuclear. Na verdade, hoje há uma gama tão gigantesca de opções de lazer que talvez a necessidade maior seja a compreensão entre os membros da família de encontrar maneiras práticas para tornar o lazer uma parte agradável da rotina.
O que é a “memória do eu”?
Antonio Braga
É um conceito que se torna referencial em todo o arcabouço do projeto, onde pontuamos em cada etapa a necessidade absoluta de um processo intencional de autoconsciência. À medida que nos aprofundamos no conhecimento de nós mesmos, a “memória do eu” vai se solidificando em histórias de vida que são mais significativas. Esse processo jamais termina!
Por que é importante experimentar esse exercício?
Antonio Braga
O exercício constante nos caminhos do autoconhecimento produz inúmeros benefícios em áreas vitais da existência. Por outro lado, recusar-se a trilhar esses caminhos é colocar o roteiro da vida em perigo desnecessário.
Dividir conquistas e derrotas no convívio da família ajuda na formação do adolescente?
Antonio Braga
Sem dúvida! Quando o diálogo familiar flui, todos podem se beneficiar da partilha dos acontecimentos triviais da vida e ter abertura suficiente para expressar a dor dos momentos tensos, quando o medo se apodera do ser. Esse é o caminho para a construção de uma família funcional.
Deixe uma palavra de motivação para as famílias?
Antonio Braga
Seja qual for a configuração familiar, faça o que estiver ao seu alcance para tornar esse ambiente um espaço de aceitação e de crescimento.
Jael Eneas
Viver Editora
Assessoria de Comunicação